[ad_1]
A Apple mal concluiu a contratação de Antonio García Martínez, feita em abril, e já o demitiu. A ação foi tomada pela empresa após funcionários iniciarem uma petição em que pediam explicações que justificassem a contratação do executivo.
Martínez é autor do livro “Chaos Monkeys: obscene fortune and random failure in Silicon Valley” (bestseller do New York Times, mas sem tradução para o Brasil), uma autobiografia que conta sua trajetória de Wall Street ao Vale do Silício e no qual, segundo a petição dos colaboradores da Apple, o executivo é sexista e racista.
publicidade
“Exigimos uma investigação sobre como suas opiniões publicadas sobre mulheres e negros foram perdidas ou ignoradas, junto com um plano de ação claro para evitar que isso aconteça novamente”, dizia um trecho do documento, que até a primeira publicação sobre o tema pelo The Verge, havia sido assinado por mais de 2 mil colaboradores da empresa.

No Twitter, uma colaboradora da Apple chegou a compartilhar uma imagem de um trecho do livro e desabafou sobre a fala do escritor:
“É tão cansativo ser uma mulher da tecnologia; sentada em frente a homens que pensam que, por causa do meu gênero, sou mole e fraca e, geralmente, cheia de merda”, escreveu ela. “Nem vale a pena dizer que trabalhei incansavelmente por todas as conquistas que tenho”, finalizou.
A funcionária se referia ao trecho do livro de Martínez que descrevia mulheres no Vale do Silício como “moles e fracas, mimadas e ingênuas, apesar de suas afirmações de mundanismo, e geralmente cheias de merda”.
À Axios, a Apple confirmou que o empresário não faz mais parte da equipe e, em comunicado, ressaltou que “sempre se esforçou para criar um ambiente de trabalho inclusivo e acolhedor”.
Petições são comuns em empresas grandes como Google e outras, mas é raro ver funcionários da Apple se organizem publicamente sobre qualquer assunto, ainda mais se tratando de uma contratação isolada.
Leia mais!
Contratação versus livro
O anúncio da contração do ex-Facebook surgiu no início dessa semana. Em seu LinkedIn, ele afirma que foi contratado para a posição de engenheiro de produtos para plataforma de anúncios da Apple.
Martínez, que também já trabalhou como gerente de produto para anúncios segmentados no Facebook entre 2011 e 2013, e como conselheiro para o Twitter em 2015, chegou a descrever seu próprio livro como “modo total Hunter S. Thompson/Gonzo”. Thompson foi um jornalista considerado pai do chamado “jornalismo gonzo”, que consiste em uma narrativa literária em primeira pessoa e, por vezes, escrachada.
Chaos Monkeys é uma autobiografia publicada em 2016 e, em suas primeiras páginas, o autor escreve que a obra é uma dedicatória a “todos os meus inimigos”.
O livro compara o Vale do Silício – região que abriga grande parte das maiores empresas de tecnologia, como Facebook, Apple e Google – a uma espécie de “macacos do caos” (chaos monkeys, em inglês) da sociedade.
Em uma continuação ao trecho da produção em que Martínez descreve as mulheres na Bay Area (área da baía de São Francisco, na Califórnia, que abrange o Vale do Silício e região) como “fracas, mimadas e ingênuas”, ele afirma que “elas têm seu feminismo autoafirmativo e incessantemente se gabam de sua independência, mas a realidade é que, se viesse uma epidemia de pragas ou uma invasão estrangeira, elas se tornariam o tipo de bagagem inútil que você trocaria por uma caixa de cartuchos de espingarda ou por uma lata de diesel.”
Já assistiu aos nossos novos vídeos no YouTube? Inscreva-se no nosso canal!
[ad_2]
Fonte